Fontes: Portal UFPR e Revista Ciência UFPR
No dia 14 de dezembro, em Brasília, ocorreu a cerimônia do Prêmio Capes de Teses 2023, promovida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Das 49 teses premiadas por área de conhecimento, 5 foram da Universidade Federal do Paraná.
Dentre elas, está o trabalho da Professora do Departamento de Expressão Gráfica Isabella de Souza Sierra, desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Design (PPGDesign), do SACOD, com o título “Sistemas de viabilização e padronização da antropometria digital estática para pessoas com deficiência motora”, sob orientação da Professora Maria Lucia Leite Ribeiro Okimoto e coorientação do Professor Marcio Fontana Catapan.
Sua pesquisa envolve a análise da antropometria digital, que usa escâneres para medir o corpo das pessoas, a fim de criar padrões mais precisos para determinada população. O que ocorre é que essa tecnologia exclui pessoas com deficiência motora, que não conseguem ficar em pé, por exemplo, enquanto o escâner funciona.
A inclusão desse público é o foco da tese defendida por Isabella, que propõe um sistema batizado de ADap (antropometria digital adaptada), que guia a antropometria digital em todas as fases para a possibilidade de inclusão de pessoas com deficiência motora: planejamento, registro e avaliação de medidas.
Dessa forma, a pesquisa auxilia o mercado a pensar em produtos personalizados e específicos para esse grupo social, produzidos com adaptações mais precisas e em escala maior.
“A indústria para esse público existe no Brasil, ainda que pequena, e produz produtos adequados usando principalmente outros métodos mais antigos, como moldes de gesso e recortes manuais em espuma, por exemplo. No entanto, são métodos demorados e caros e não conseguem abranger toda a demanda, que é muito grande”, disse Isabella à revista Ciência UFPR.
Por meio da plataforma digital que faz parte do ADap, é oferecido aos setores que produzem para pessoas com deficiência motora um guia de uso das tecnologias mais recentes, com orientações para o planejamento do produto e também noções sobre os protocolos da antropometria digital.
Além desses protocolos e das ferramentas de auxílio do ADap, o sistema propõe um dispositivo ortoposicionador que, de acordo com a necessidade, posiciona os membros da pessoa que terá o corpo escaneado. Trata-se de uma cadeira feita de acrílico e metal que viabiliza a digitalização do corpo em posições sentadas.
“Alguns estudos de antropometria já haviam identificado que a melhor maneira de medir as pessoas não era necessariamente em pé. Para medir altura com mais acurácia, por exemplo, o uso do estadiômetro [régua] na posição inclinada ajuda porque reduz o efeito da compressão dos discos intervertebrais. Aplicar esse conceito a pessoas com deficiência traz grande vantagem, porque evita que necessitem ficar em pé”, afirma Maria Lucia, que coordena o Laboratório de Ergonomia e Usabilidade (Laberg) da UFPR.
A pesquisa usou a técnica de design iterativo, da qual se permite uma criação de um protótipo mínimo, onde começam testes e análises e, com isso, o aperfeiçoamento a cada experimento.
Pelos resultados que superam a antropometria manual, que é a técnica mais usada para medições de pessoas com deficiência, o ADap foi patenteado e está disponível para licitações e parcerias por meio da Superintendência de Parcerias e Inovação (SPIn) da UFPR.
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