Ações Artísticas

8 de novembro – 18h00
Auditório – Campus Juvevê

Performance “Movimento-Som”
Propositor: Luam Clarindo
Participantes: Luam Clarindo e Indioney Rodrigues na música; Mariah Kloss e Rodrigo Kavalkievicz na dança.

Esta proposta, em formato de performance, faz parte da pesquisa de mestrado: Movimento-Som – interações criativas entre música e dança em performances de improvisação livre, em andamento no curso de Pós-graduação em música da Universidade Federal do Paraná na linha de criação sonora. O interesse pela temática da improvisação livre em âmbito acadêmico nacional vem sido demonstrado, ao longo das últimas décadas, por meio de artigos, dissertações, teses e livros que abordam esse tema e que são citados ao longo desta dissertação. Seguindo esse mesmo movimento, esta ação performática se voluntaria a fomentar ainda mais a difusão, discussão e prática da improvisação livre, valorizando e reafirmando o seu papel no desenvolvimento da criatividade de estudantes e praticantes de música, assim como das artes em geral. O caráter inclusivo, colaborativo e não hegemônico das práticas de improvisação livre contribui para um fazer artístico convidativo que integra a arte modernista e se dá na base da entrega, da negociação e do diálogo, ações importantes não somente em práticas artísticas, mas também nas relações interpessoais da comunidade política e social no Brasil.

A performance consiste em uma investigação espontânea e em tempo real de interações entre música e dança por meio de gestualidades sônicas e corporais, opcionalmente sucedida de uma breve conversa sobre as etapas da pesquisa Movimento-Som, que além de uma sólida base teórica, envolveu uma série de entrevistas semiestruturadas envolvendo músicos e dançarinos que desenvolvem pesquisas artísticas sistemáticas na área de improvisação livre e de diversos laboratórios de experimentação artística realizados em distintos contextos — presenciais e online —, e organizados em função da exploração dos diferentes níveis de interação entre gestualidade corporal e musical, propostos pelo musicólogo Marc Leman Fundamentação teórica: O pensamento sobre processos criativos na música, seguindo o mesmo passo da dança e das artes em geral, também se transformou ao longo do século XX. Por exemplo, segundo Katz (2006), há similaridades eletivas entre Rudolf Laban e o compositor Arnold Schoenberg. Helena Katz comenta que Laban expandiu a base espacial do balé depois de dez anos estudando as formas do movimento no comportamento do cidadão comum enquanto Shoenberg apresentava um trabalho pluritonal em que nenhum dos doze tons cromáticos poderia ser mais enfatizado que o outro. Com relação a escala de doze tons utilizada por Schoenberg, Katz (2006, p. 56), comenta que “Esse controle propiciava um acesso igualitário a cada tom. Nesse sentido, tomava-os como cidadãos comuns aos quais se deveria garantir o direito de expressão.” De maneira semelhante, a noção de igualdade e rompimento das hierarquias é um conceito também presente nas práticas e estudos da improvisação livre (FALLEIROS, 2012), que tem o guitarrista Derek Bailey como um de seus maiores representantes.

 

10 de novembro – 18h00
Hall do Salão Nobre – Prédio Histórico

Performance “CORpo”
Propositor: Elber Tavares dos Santos

O trabalho proposto é uma investigação em dança para o trabalho de conclusão de curso que apoia-se na minha construção de identidade enquanto pessoa preta e como os corpos das ruas atravessam meu corpo. “Entre memórias e vivências, o que marca mais um CORpo? As memórias da infância dilaceradas, aos traumas corporificados, aos ancestrais presentes na carne, ossos e sussurros, a linha abismo que corta o Eu e as estatísticas, os rituais de resistência e insistência… Outrora colapsar o tempo e suas marcas com afago, por vezes reconhecer afeição aos suspiros de sobre-vivência.”